Barbieland

Turma a cidade já esta em festa, o primeiro lote de turistas gays já está entre nós, aliás, hoje mesmo cruzei com uma “agro – Barbie” de Viçosa (sim viçosa, não viciosa) isso todos nós somos, veio passar a semana, pelo que vi uma semana de 10 dias, aja programação para “entreter” essa figura (e camisinhas também).

Pela manhã vivi uma situação inusitada no cruzamento da Bela Cintra com Oscar Freire, o motorista ao meu lado deu uma risadinha tão safada, que imediatamente olhei na esquina da Häagen-Dazs para ver o que estava perdendo, mas a coisa era comigo mesmo, na cara dura, nem precisei chegar até a Augusta para outra troca de olhares, duro é arrumar onde parar por lá, mas paramos e trocamos telefone (olha que trocar telefone no trânsito hoje em dia só se houver um choque entre os veículos) e adivinhem? Ele também não é de São Paulo.

Alguns emprestam o período para ter uma trégua com o armário, longe de casa claro, isso explica o fenômeno migratório do período, é um povo que não têm muito haver com balada, sabe aquele tipo de camisa de tecido com uma cerveja na mão em plena pista de dança? Esse mesmo! Eu os chamo de catraca, pois toda vez que passamos por um o mesmo têm que se virar para a esquerda ou direita para dar passagem (isso se não estiverem empunhando um cigarro na outra mão).

Alguns são “fofos”, do tipo que chegam a você e precisam se certificar das suas preferências com uma pergunta do tipo: “Você curte?” (muito engraçado isso!) Fazer o quê negócio é responder: “Curto”. Afinal o período é propício ao intercâmbio e diversidade, quem sabe um Homo-mano ou Agro-boy me façam voltar a acreditar em sentimentos mais profundos.

Já estou imaginando o que será amanhã, depois e os dias que se sucedem nesta metrópole “pré-pride” catalisando toda uma fauna de possibilidades, sotaques, idiomas, etnias e infelizmente bom senso.

Deixem-me ir, afinal tenho que fazer uma ligação para um número que recebi hoje, claro que os “details” eu nunca vou contar, mas entre os verdes, amarelos e vermelhos dos semáforos das ruas, uma gama de outras cores está enchendo a cidade de sedução, o amor esta no ar, mesmo que apenas por um curto período.

Orgulho?

Desculpem o sumiço, se quiserem deletar o meu singelo bloguinho da lista de vocês, pisei na bola mesmo, quase uma semana sem notícias isso não se faz, mas fiz, admito! Não foi por falta de novidades, aliás, sempre estou mais cheio de novidades que tia solteirona que volta de excursão. Uma profusão de experiências (só excluam a sexual) putz essa esta difícil. Confirmando as sábias palavras do meu guru, homem dando sopa só mesmo aquele rapaz praticando caridade alimentando os pobres sob o viaduto, mesmo assim uma vez tentei me aproximar de um desses e acabei desmascarado na fila, ele percebeu que estava muito marombado para ser morador de rua, enfim.

Semana que vem é o reto, desculpem, reta final para o “Pride Parade” e já vemos que pelo nome que a maioria nem emprega o “Orgulho” de traduzir para o português, que dizer das intenções políticas inexistentes neste movimento. Não casamos, não podemos colocar a razão do nosso afeto como dependente do plano de saúde, gays são assassinados sem que nada seja feito a respeito, não possuímos legislação de amparo para homossexuais em idade avançada (o que é até uma ironia, você que foi sempre a frente do seu tempo, seja atropelado por ele agora).

Como naqueles pára-choques de caminhão, parada gay começa perto do Paraíso e termina na consolação, o efeito é o mesmo, todos eufóricos, mil festas para ir, promessa de diversão garantida. Depois da última balada sempre chega ressaca moral, exaustão física, depressão e aquela pulguinha atrás da orelha.

Esta semana estarei atento e concentrando minhas postagens no evento, que a meu ver é apenas uma grande concentração de pessoas, afinal dia de orgulho são todos.